O exercício mediúnico na Umbanda exige um grau de responsabilidade tal que seria aconselhável que o pré-médium (candidato a ingresso em um terreiro), no curso de seu preparo, fizesse uma análise séria de sua capacidade de renúncia e da sua disposição de se dedicar ao ministério sacerdotal da religião – porque o médium de Umbanda é o sacerdote da religião – para que, mais tarde, não venha a se ressentir de um ato praticado por simples entusiasmo ou por qualquer outro motivo que não se compatibilize com a prática da caridade.
A sua conduta no templo tem que ser a conduta do sacerdote sempre disposto a concorrer para transformar em saúde e alegria, a dor e o sofrimento do próximo.
Fora do templo, nos locais públicos, de trabalho profano onde quer que o levem seus interesses materiais, deverá estar o cidadão correto, de moral ilibada, de conduta infensa a práticas reprováveis.
Jamais um verdadeiro médium umbandista deixará de cumprir o seu dever para se dedicar a atividades de lazer. Da atividade mediúnica não decorrerá jamais qualquer paga ou retribuição, quer seja em dinheiro ou, indiretamente, através de presentes ou outra qualquer forma de retribuição. Os benefícios auferidos são outros. É o sentimento do dever cumprido. É a certeza de estarmos a serviço do Pai, socorrendo irmãos, usando a magnífica faculdade da mediunidade que nos foi concedida , como sublime forma de praticarmos a caridade, elevando nossos espíritos e abrindo-lhes créditos na contabilidade cármica.
O exercício da função mediúnica na Umbanda é sacerdócio que somente poderá ser exercido com eficiência, quando a opção pela missão religiosa tenha sido feita com tranqüila consciência das pessoas que podem dedicar a vida ao bem-estar do próximo.
O procedimento correto no templo, no decorrer dos trabalhos espirituais, no atendimento ao público, sem distinção de raça ou credo religioso, a atuação harmoniosa no lar, com a família, a lealdade e a seriedade nos locais de trabalho e no relacionamento com os companheiros da vida terrena, são características indispensáveis ao médium.
TERCEIRA ENERGIA
Muito médium tem dúvidas sobre as incorporações, achando que não é o espírito quem está falando, mas sim sua própria cabeça. Tenham a certeza que quando for animismo os dirigentes da casa saberão como corrigi-lo.
Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Por exemplo: O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade.
É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Por isso, é de suma importância que o médium estude e se esforce, sendo, assim um melhor veículo de trabalho para os seus guias.
INCORPORAÇÃO CONSCIENTE OU INCONSCIENTE
As incorporações em que os espíritos deixam completamente inconsciente o médium, com tomada integral de todas as faculdades biopsicomotoras, é fenômeno raríssimo nas religiões mediúnicas. Em tempos imemoriais, foi a forma encontrada pelos espíritos para cumprirem suas missões no plano físico sem que o medianeiro pudesse interferir em suas tarefas, pois muitas pessoas não acreditavam na ação dos espíritos sobre o corpo humano e, por isto, se tivessem alguma porcentagem de consciência, acabariam por intervir, voluntária ou involuntariamente, no labor dos amigos espirituais.
Com o passar do tempo, e através de um maior estudo e conseqüente entendimento do que ocorria, a inconsciência dos médiuns foi pouco a pouco sendo elevada a semiconsciência, fenômeno pelo qual os espíritos agem conjuntamente com a psique do médium, que, mesmo manifestados, sabem de quase tudo o que se passa a seu redor, inclusive que estão sob o domínio parcial de uma força externa. Este tipo de incorporação (semiconsciente) predomina quase que inteiramente nos segmentos espiritualistas, porque é a que melhor se adequou às necessidades atuais. Através da semiconsciência há uma interação entre o medianeiro e o espírito atuante, que são doutrinador e doutrinado ao mesmo tempo. Além disto, esta espécie de incorporação faz com que o médium seja co-responsável pela mensagem transmitida por um Caboclo, Preto-Velho, Exu etc.
Sabendo que, das qualidades mediúnicas, a semiconsciente é a que encontramos com maior freqüência, não abrimos margem à intervenção do médium na comunicação do Guia ou à interferência do estado de espírito do aparelho, influenciando negativamente a mensagem transmitida O médium não pode participar a não ser como veículo de comunicação, mantendo-se totalmente neutro ou, ainda melhor, alheio ao que está passando como intermediário entre a espiritualidade e o plano terreno.
O fato é que, na mediunidade de incorporação semiconsciente, que, diga-se de passagem, também tem seus graus de variação, o espírito ao desprender-se do médium com o qual trabalha, deixa neste quase que a totalidade das informações recebidas ou transmitidas durante uma sessão. Caso haja alguma necessidade, o espírito, atuando no sistema nervoso central e também no cérebro, pode fazer com que o médium deixe de lembrar de alguma coisa, mas isto é exceção. A regra é o médium lembrar-se de quase tudo que foi dito pelo espírito trabalhador. Neste sentido, muito importante é o respeito e a obediência que os médiuns devem ter para com o segredo de sacerdócio.
A discrição do médium sobre os assuntos que sua semiconsciência pode registrar, durante a incorporação, é primordial no uso da faculdade mediúnica e tão importante quanto o segredo profissional do médico. O médium que refere a outrem o que foi confiado ao Guia, incorre numa falha que prejudica a atuação da entidade que se manifesta e abala a confiança do irmão que busca uma orientação ou uma palavra de conforto.
Poderíamos dizer que compete ao Guia corrigir o erro do aparelho, quando fora do alcance de sua vibração. Todavia, a responsabilidade do procedimento mediúnico, do cumprimento correto da posição de mediador, cabe ao médium, que, por sua indiscrição, pela incapacidade de manter um segredo, os motivos que levaram o irmão ao Guia, põe em jogo a confiança neste depositada.
Não compete ao médium, também, relatar o êxito dos trabalhos desenvolvidos pela entidade de que aparelho ou enaltecê-los. Todos nós sabemos dos resultados obtidos pela atuação do Caboclo, Preto-Velho, Exu, Criança etc., sempre positivos, visando constantemente restabelecer na mente do filho que os procura a fé, a serenidade, a confiança de que os problemas que parecem insolúveis virão a ter soluções aceitáveis, e que todos nós, vencendo com firmeza os obstáculos e nos empenhando pelo progresso espiritual, teremos condições de atingir nosso objetivo e cumprir corretamente a missão mediúnica.
Na atualidade, não se concebe deixar os iniciantes com a falsa idéia de que, incorporados por um espírito, sua mente se apagará temporariamente. Muitos médiuns sob a ação dos espíritos acham que não estão incorporados, visto terem ouvido de outros que, durante a manifestação dos espíritos, não há consciência no médium. Criam com isto uma série de dúvidas na mente dos iniciantes, fazendo com que muitos pensem até não serem médiuns de incorporação.
Infelizmente alguns médiuns que trabalham semiconscientemente insistem em dizer que não se lembram de nada depois que o espírito interventor se afasta. E o fazem por duas razões básicas: primeiro querem dar um maior valor a sua mediunidade, dizendo: ” eu sou especial porque trabalho sem consciência”; segundo, para se eximirem de responsabilidade, caso haja alguma comunicação equivocada, por influência do próprio médium, dizendo este depois: ” eu sou inconsciente, quem errou foi o espírito”.
A mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima, e quem a tem geralmente não fala, porque é assunto pessoal, e também é circunstância difícil de ser provada.
MAGIA DA CORRENTE
A corrente é a grande força do terreiro. Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física do terreiro. Tudo gira em torno dela. Se um elo dessa corrente estiver fraco, pode desestruturar todo o trabalho e dar acesso às energias negativas que, muitas vezes, conseguem até fechar as portas desse templo ou prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a essa casa espiritual. Devemos sempre lembrar:
“Ninguém é tão forte como todos nós juntos”.
Muito importante esses ensinamentos, e essas chamadas “respostas” que alguns pais e mães de santo que eu conheço não dão ou por um outro algum motivo não explicam; são ensinamentos essenciais para quem está começando a praticar esse dom maravilhoso. Vale destacar mais uma vez que a pratica da mediunidade é de extrema responsabilidade, pois além de estarmos lhe dando com entidades importantíssimas e de muito respeito,estamos mexendo com nossa cabeça, por isso é sempre bom manter e conservar a fé que temos em Deus nosso pai Oxalá, e nos Orixas…e sempre agradecer, que eu acho muito importante…
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